sexta-feira, 29 de abril de 2011

TEMPUS FUGIT


Briguei com meu relógio!!!
            Ele, meio abastardado parece não gostar de mim! Já me senti até... Traído. Tão frio, tão mecânico, tão traiçoeiro e... Incerto.
            Parece-me que ao invés de cumprir o papel que é lhe dado por essência, por excelência, em que se perfaz em simplesmente discorrer conforme o tempo e concretizar que o tempo passe naturalmente, ele insiste em fazer “gracinhas” sem graça.
            Nos melhores momentos, quando quero que o tempo pare, que desejo viver aquele momento que é especial (ainda que não perceba), que me faz tão feliz, que me preenche, que permite até com que eu esteja perto de quem mais amo, o “dito cujo”, o qual com que me recuso a falar o nome num ato infame e desalmado acelera seus ponteiros. Tenho a impressão que ele pode dominar até o sol, as nuvens, o dia e a noite. Desta forma faz com que aquilo que vivo, ao invés de perdurar longamente se comprima em um único segundo. É... Um segundo!
            E as situações tristes, aquelas dolorosas que machucam não o corpo, mas a alma. Situações as quais me oprimem e que fazem extrair dos olhos lágrimas árduas, que carregam nelas o meu orgulho, fazendo-o cair por terra. Momentos estes que desejaria que nem existisse, ou ao menos que durasse pouco, pouco mesmo, de uma forma insignificante, aí “ele” calado e sutilmente pára, trava, desmerecidamente descansa e acha que me engana. O que me resta é deixar com que a minha alma grite mesmo com minha boca fechada e ainda com os olhos também fechados eu enxergue o que eu não quero ver.
            Já quis me separa dele, fracassei por várias vezes, insisti, mas... Desisti. Desisti do desalmado, mas não da minha vida que por sinal valeu o sangue de um grande fidalgo.
            Hoje, mesmo com “ele nos punhos” me coloco na posição de vencedor! Ainda não aprendi fazer-lo marcar o tempo certo (ou pelo menos o que minha ignorância julga certo), no entanto, agora consigo fazer que momentos lacrimosos percam sua pseudo-imponência aprendi a encará-los de olhos abertos, assim percebi que não são tão longos como pensava, é que antes minha coragem fugira, mas na mesma direção em que a dor também corria. Desta forma consigo fazer com que isso passe quase despercebidamente.
            Contudo, aqueles momentos sublimes que as vezes me dão a impressão de êxtase continuam a passar rápido. Porém me sobreponho a “ele” e me sinto poderoso, não por mim, mas pela força de alguém onipotente! Assim, faço com que este um segundo que parece tão curto seja eterno.
Diogo Cosme
   

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